Descartes, você errou



        Penso, logo existo. Tema central do Iluminismo de Descartes, a frase trata que somente por meio de um método racional, é possível chegar à alguma conclusão. Essa ideia colocou em cheque as crenças,  tradições e costumes que era base do pensamento da época, muito influenciado pelos pensamentos da igreja.
        Sabe quando uma mãe responde ao filho o famoso "porque sim!!". Pois era assim que o mundo e seus fenômenos eram vistos e explicados.
        Pois bem, foi por meio do método e da experimentação que hoje chegamos onde estamos. Uma complexa e intrigada forma de sociedade, em que carros autônomos são uma realidade.
        Todavia, o progresso normalmente vem acompanhado de mazelas que afligem a muitos, que de forma resumida, apontam para uma crise existencial. O ser humanos se perde na sua essência ao querer entender o motivo de estarmos aqui, vivos.
        Para onde vamos? Por que estamos aqui? Qual a razão disso tudo? Em algum momento em nossas vidas todos se fazem essa pergunta. Alguns fazem sua própria interpretação e seguem bem. Outros simplesmente ignoram ou não vêem relevância desses questionamentos. Uma terceira parcela de  sofre bastante, o que consequentemente sofrem de um mau moderno: a infelicidade
        A tese que proponho é simples. Todo ser vido que abita esse planeta tem dois objetivos: sobreviver e reproduzir. Desde um vírus, planta ou protozoário até o mamífero mais complexo, esses duas ações resumem aquilo que estamos fazendo aqui.
        Por quê isso? Não faço ideia. Mas o fato de tantas espécies habitarem nosso planeta é devido a esses dois fatores: sobreviver e reproduzir, tudo mais é, ou deveria ser, supérfluo.
        Quando olhamos toda a evolução da espécie humana, perde-se o foco do motivo de estarmos aqui. Prédio enormes apinhados de pessoas digitando em computadores e celulares, fazendo um trabalho sem fim é, numa visão sartrista, uma loucura.
        Óbvio que evoluímos em áreas importantes, como a medicina e saúde em geral. Podemos viver cem anos com qualidade de vida (valeu viagra!), mas gastamos boa parte desse tempo sem a menor ideia do que estamos fazendo e para quê. Quando morríamos aos 40, deixávamos uma prole de 10 filhos com os mesmos dois objetivos. Hoje, queremos sobreviver a todo o custo, vivendo de superficialidade e consumindo intemperança. E morremos sem filhos.
        Não quero aqui fazer uma ode ao movimento hippie. Ou a ceitas xenófilas. Uma sociedade frugal só é possível quando abrirmos mão de uma das características mais vis do nosso ser. A vaidade. Mais isso é tema para um próximo post.
        O nosso pensamento não é prova da nossa existência. O método não nos faz melhores. Estamos vivos porque sobrevivemos e nos reproduzimos, e aceitamos isso como o motivo para ser feliz. Essa é a razão de estamos todos aqui: passar o bastão adiante enquanto aproveitamos a vida.

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